Por Igor Serrano, gestor e jurista esportivo
Segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2021/2022, publicado em maio de 2023 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é juntamente com a República do Congo o 14º país do mundo com maior nível de desigualdade social do planeta.
Não é difícil de imaginar o porquê disso diante de uma população numerosa, diversificada, espalhada por um território de dimensões continentais e com economias e climas deveras diferentes.
Some-se a isso a corrupção sistêmica nas entranhas do Estado, que, independente do governo e governantes, sempre está presente e o fato de 1% dos brasileiros mais ricos ganhar uma renda média mensal 32,5 vezes maior que o rendimento da metade mais pobre da população do país.
Por melhor que sejam as políticas públicas, nem sempre o Estado consegue estar presente em todos os locais do território brasileiro, o que pode ser um motivo de preocupação e perigo para que muitos jovens tenham seu futuro afetado. Nesse hiato, projetos esportivos podem e devem atuar de forma contributiva, não só para melhoria da qualidade de vida, ganho físico e mental, mas também para formação cidadã.
O direito ao esporte, aliás, é uma garantia constitucional, vale lembrar, segundo o artigo 217. Projetos esportivos incentivados pelos representantes eleitos serão sempre muito bem-vindos e essenciais, mas a sociedade não pode (e não deve) ficar parada esperando por eles.
Igor Serrano
Jurista
Pós-graduado em Direito Desportivo (UCAM)
Profissional Sênior em Gestão de Organizações Esportivas Olímpicas (Instituto Olímpico Brasileiro – IOB/COB)
Estudante de Jornalismo (FACHA)
Autor do livro “O racismo no futebol brasileiro”
Instagram: @igorserrano88